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Quimioembolização
do Hepatocarcinoma |
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Dr. Stéfano Gonçalves Jorge
INTRODUÇÃO
Uma das opções de tratamento do hepatocarcinoma
é a quimioembolização. Atualmente, esse é um procedimento
considerado como paliativo, ou seja, não tem a intenção de curar,
mas de reduzir o tamanho do tumor e sintomas e aumentar a sobrevida. É
utilizado principalmente em tumores maiores ou múltiplos, aonde não há
possibilidade de tratamento curativo (ressecção ou transplante), outros
tratamentos paliativos (como a injeção percutânea de etanol, radioablação
ou microondas) não estão disponíveis ou não podem ser realizados pelo
tamanho das lesões e a função hepática está preservada ou apenas pouco
alterada.
COMO
É REALIZADA
Arteriografia
Um cateter (tubo) é introduzido na
artéria femoral (na virilha), sob anestesia local. É então empurrado através da
artéria, acompanhado por raio-X, até chegar na artéria hepática. O cateter
é então empurrado cuidadosamente pelos ramos da artéria hepática até o
lobo aonde o tumor está localizado. Injeta-se então um líquido de contraste
(que aparece no raio-X) para avaliar os vasos que levam até o tumor.

Arteriografia demonstrando hepatocarcinoma volumoso (setas)
Tipicamente, há um único ramo da
artéria hepática que leva sangue até o hepatocarcinoma, que é uma lesão
sustentada também tipicamente apenas por sangue arterial, ao contrário do
restante do fígado, que é sustentado por sangue arterial e venoso, com
prevalência do segundo.

O cateter então é introduzido com
a ajuda do raio-X até a arteríola responsável pela nutrição do tumor, o
mais próximo possível do mesmo.

Através do cateter, injeta-se uma
droga quimioterápica, geralmente lipiodol misturado com doxorubicina,
mitomicina ou cisplatina. O quimioterápico será distribuido especificamente
na área irrigada por essa arteríola, permitindo uma concentração da
medicação muito maior do que a utilizada na quimioterapia sistêmica (que se
espalha por todo o corpo).

Após a injeção do quimioterápico,
realiza-se a embolização. Através do cateter, injeta-se uma
substância estranha, geralmente microesferas, gelatina ou espuma, que obstrui
(entope) a arteríola e, com isso, interrompe a chegada de sangue para a área
irrigada pelo vaso.

EFEITOS
Com a falta de sangue e o efeito
tóxico do quimioterápico, ocorre necrose (morte de células) em toda a área
que era irrigada pelo vaso cateterizado. Mesmo tendo irrigação mista
(arterial e venosa), a área afetada não-tumoral também sofre em menor grau
de necrose, pois há a ação do quimioterápico e geralmente trata-se de um
tecido já doente, pois a grande maioria dos hepatocarcinomas ocorre em
portadores de cirrose. Além dos sintomas causados
pela necrose (febre e dor local), pode haver piora da função hepática,
geralmente proporcional à área afetada e à função prévia do fígado.
CONCLUSÕES
Apesar de não ser considerado um
tratamento curativo por raramente ser capaz de eliminar todas as células
malignas, esse procedimento é benéfico em até 55% dos paciente, levando a
redução na velocidade de progressão do tumor e na invasão vascular, com
evidências sugerindo uma melhora no tempo de sobrevida.
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Artigo criado em: 03/09/06
Última revisão: 03/09/06
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